HEITOR VILLA-LOBOS
Compositor e Maestro
Um “divisor de águas”
na Música Brasileira
HEITOR VILLA-LOBOS – expoente máximo do seleto “clube dos compositores” de alto nível da Música Brasileira.
Dizem, alguns teóricos do comportamento humano, que “a Humanidade pode ser dividida em dois grandes grupos – o primeiro, formado por aqueles que não deixam como lembrança nada além de detritos, formado pela esmagadora maioria, e o segundo, pelos luminares da raça humana, que deixam atrás de si um grande rastro de luz, contribuindo de forma decisiva para o avanço da Humanidade”. Quando falamos de Villa-Lobos, devemos obrigatoriamente inserí-lo no segundo grupo.
Villa-Lobos nasceu no Rio de Janeiro no dia 5/03/1887, falecendo também no Rio em 17/11/1959, e é hoje considerado por muitos o grande “divisor de águas” da Música Brasileira. Isso não só por sua dedicação à arte musical no Brasil – fruto de seu talento e de seus ideais artísticos que geraram uma extensa e admirável Obra – mas também por sua dedicação à disseminação do ensino musical nas escolas brasileiras.
Não sem razão, a data de seu nascimento é considerada no Brasil o “Dia Nacional da Música Clássica”.
POR QUÊ “DIVISOR DE ÁGUAS”?
De fato, Villa-Lobos é hoje considerado como o “marco zero” da nossa Música. Isso porque, aos 36 anos, teve intensa participação na Semana de Arte Moderna de 1.922 (ocorrida no Teatro Municipal de São Paulo em fevereiro daquele ano), surpreendendo a todos com o seu pioneirismo. Até então a chamada “música de concerto” no Brasil era representada pelas composições ditas “acadêmicas”, onde os compositores, a par de seus esforços, apenas repetiam em suas criações as velhas fórmulas oriundas da Europa do século XIX. Villa-Lobos foi pioneiro, ao agregar à sua criação os ecos da nossa música popular e regional, além de elementos das artes musicais indígenas e de origem afro.
Plenamente senhor de sua arte, Villa-Lobos já contava em sua vivência, no período anterior à Semana, suas viagens pelo Interior do Brasil quando, como um verdadeiro “mata-borrão”, absorvera a linguagem do nosso folclore e das nossas canções populares regionais. A isso, acrescentou-se sua convivência com os “chorões” cariocas, que executavam àquela época peças de Chôro altamente elaboradas e de grande complexidade. Com um detalhe: era música popular, executada com o instrumental tipicamente popular – violões, cavaquinho, bandolim, flauta e percussão. Como consequência, muitas de suas obras orquestrais trazem elementos de origem tipicamente brasileiros. Daí, os “Chôros”, as “Serestas”… Estes elementos estão presentes também na sua série orquestral de maior expressão a nível internacional – as “Bachianas Brasileiras”, assim denominadas pelo compositor por terem a forma de Bach de criar Música como referência.
É também de grande relevância e significado a Obra de Villa-Lobos para o Violão. Seus “Estudos”, “Suítes” e outras obras avulsas para este instrumento são internacionalmente conhecidas e reverenciadas. O maestro, que aprendeu a admirar o Violão na sua convivência com os “chorões”, emprestou com suas obras violonísticas a dignidade que esse instrumento merece. Não sem razão, Tom Jobim afirmou, por mais de uma vez, que “sem Villa-Lobos não teria havido Bossa Nova”. E aqui devemos lembrar que as interpretações de João Gilberto ao violão são decisivas para este estilo musical. E é graças à ousadia de
Villa-Lobos que os músicos e compositores brasileiros agregaram à nossa música os elementos do Jazz, criando a Bossa Nova – música brasileira admirada mundo afora.
VIDA FAMILIAR
Villa-Lobos não teve filhos, embora tenha sido casado por 2 vezes. Sua primeira esposa, Lucilla Guimarães, era pianista, e com ela casou-se em 1.913, aos 26 anos. Foi com sua segunda esposa no entanto, Arminda Neves D´Almeida, a Mindinha, que encontrou a estabilidade emocional. Viveu com ela de 1.948 a 1.959, ano de sua morte. E foi Mindinha a grande preservadora e divulgadora de sua extensa Obra, até o seu próprio falecimento no ano de 1.985.
VILLA-LOBOS E O ENSINO DE MÚSICA NAS ESCOLAS
De suas viagens a Paris o Maestro trouxe o encantamento pela qualidade do ensino musical na França. Admirado com a organização do ensino musical nas escolas ÓPRIO ão cultural das crianças, Villa-Lobos empreendeu grandes esforços para implementá-los no Brasil. Assim, em 1932, após gestões junto ao Governo Federal, sob o comando de Getúlio Vargas, assumu-iu a direção da SEMA- Superintendência de Ensino Musical e Artístico do Ministério da Educação. Este Órgão, até então inexistente, foi criado especificamente para os fins de ensino musical nas escolas brasileiras, graças aos esforços do maestro. E dada a iniexistência de métodos específicos para essa área de ensino, Villa criou o material necessário – métodos e repertório, para serem adaptados ao canto coral. Criaram-se assim as diversas Unidades do que foi denominado por ele como Canto Orfeônico. O Canto Orfeônico tinha como objetivos o desenvolvimento cultural e artístico das crianças brasileiras, o trabalho de dicção, interpretação de textos poéticos, o trabalho em equipe e a criação de público com gosto refinado para a Música e as Artes em geral. Note-se, portanto, que estes elementos estão presentes, até hoje, em todos os Projetos voltados para a área artística no Brasil, utilizados pelas ONGs e demais organizações da sociedade civil.
Infelizmente, dado o descompromisso das nossas autoridades com a educação de qualidade, o trabalho de Villa-Lobos não teve a continuidade desejada. Não há ensino musical nas escolas brasileiras como matéria obrigatória.
Por toda uma vida produtiva e intensa, com uma Obra relevante e altamente significativa do ponto de vista estético. Heitor Villa-Lobos é, portanto, o grande “divisor de águas” da Música Brasileira.
VEJA DADOS BIOGRÁFICOS COMPLETOS E OBRA DE VILLA-LOBOS:
HEITOR VILLA-LOBOS NA WIKIPÉDIA
PARA VER E OUVIR NO YOUTUBE:
BACHIANAS BRASILEIRAS – No.5 – Com Nancy Allen (Soprano)
JENNIE TOUREL INTERPRETA VILLA-LOBOS
VIOLÃO: “SUITE POPULAR BRASILEIRA” (Completa) – com Pablo De Giusto
“O TRENZINHO DO CAPPIRA” – BACHIANAS BRASILEIRAS No.2 (IV. TOCATA) – c/Minczuk
“QUARTETO No.7 – 1o MOVIMENTO” – c/Quarteto “Radamés Gnatalli”
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