MELODIA: Surge o 2o. Elemento Musical
Conforme vimos na Parte I desta Matéria, a Música é constituída por 3 Elementos – Ritmo, Melodia e Harmonia (clique aqui para acessar a Parte I). Como vimos, nossos antepassados da Pré História buscavam comunicar-se com as forças da Natureza, que não compreendiam, através de cultos e rituais onde o primeiro dos elementos musicais fazia-se presente instintivamente. Falamos do Ritmo. Nossos antepassados dançavam ao redor das fogueiras e faziam sacrifícios aos “deuses” ao som dos primeiros instrumentos musicais de que se tem notícia – os instumentos de percussão. Mas esses seres pré históricos tinham também uma outra possibilidade a nível musical – sua própria voz. Em decorrência, segundo os estudiosos, aqueles rituais convocavam também à participação a outra ferramenta disponível – a voz dos participantes. Assim, é de se imaginar que, muito provavelmente, nossos antepassados realizavam seus rituais religiosos ao som de tambores rústicos (troncos ocos recobertos por peles de animais), ao qual acrescentavam sons guturais emitidos pela própria voz. Alguns pesquisadores afirmam ainda que, por viver integralmente imersos na Natureza, aqueles sons vocais deveriam procurar imitar os incontáveis sons que esta gerava- rugidos de animais, som de tempestades, o canto dos pássaros. Consequentemente, e muito aos poucos, foi-se desenhando e agregando à prática musical dos nossos antepassados o 2o. Elemento que compõe a Música – a Melodia.
Aqui, ao reportarmo-nos ao aspecto temporal, estamos falando de algumas dezenas de milhares de anos. E quando falamos de “Melodia”, estamos falando especificamente da tomada de consciência, pelo Ser Humano, de um segundo elemento musical que pode ser manipulado para expressar idéias e sentimentos.
A PRIMEIRA FLAUTA – HÁ 35 MIL ANOS
A mais antiga flauta de que se tem notícia foi descoberta em um sítio arqueológico localizado no sudoeste da Alemanha. Trata-se de uma flauta rudimentar construída com um osso de abutre. Neste instrumento, encontra-se 5 orifícios, além de um outro, distanciado dos 5 citados, destinado ao sopro do instrumentista. Este instrumento apresenta também marcas de fios próximas a cada orifício, denotando o esforço de quem o construiu para obter alguma espécie de afinação. Ora, falamos no item anterior da “tomada de consciência” no que se refere à existência de um segundo elemento musical – a Melodia. Obviamente, a existência de um instrumento como a flauta atesta que nossos antepassados já conheciam este elemento, daí o esforço para transferi-lo para um instrumento musical. E, segundo os estudos realizados pelos arqueólogos responsáveis, deduz-se que a Música já desempenhava, àquela época, outras funções além da religiosa. Provavelmente já era utilizada para fins de integração social e comunicação entre os integrantes das comunidades rudimentares.
ÍNDIA, CHINA, EGITO, MESOPOTÂMIA – UM PASSO ALÉM
Os estudos arqueológicos indicam que, ao longo do tempo, o desenvolvimento humano ocorreu simultaneamente em diversos pontos do planeta de forma sincronica. Ao que tudo indica, os diversos agrupamentos humanos galgaram passos evolutivos de forma equivalente, embora, a princípio, isolados entre sí..
Assim, a partir da presença do Homo Sapiens, a evolução da raça humana teria ocorrido de forma sincrônica, como dissemos, com os habitantes de cada região estabelecendo conquistas em diversos campos – agricultura, pecuária, matemática e astronomia, engenharia, e… Artes (destaque para nosso tema central – a Música). É notório que a “tomada de consciência” quanto à existência e utilização da Melodia tenha ocorrido provavelmente à mesma época, em cada região. Em consequência, temos o surgimento das escalas pentatônicas (5 sons) tanto na Ásia como no subcontinente Indiano. Estamos, no entanto, com o nosso foco naquelas regiões onde se encontram nossas raízes culturais ocidentais – o Egito e a Mesopotâmia. Obviamente, estamos nos referindo ao período pré histórico imediatamente anterior ao surgimento dos grandes exércitos e das guerras de conquistas.
Importa ressaltar, contudo, que a religiosidade, mesmo nesse período ao qual nos reportamos – a partir de 10.00 a.C., sempre esteve presente na expressão musical dos povos. É a partir dessa época que as culturas locais se enriquecem, e surgem as raízes das “ragas” indianas, por exemplo.
EGITO – NOSSAS RAÍZES CULTURAIS ANCESTRAIS
Embora muitos historiadores delimitem as raízes da chamada “civilização cristã ocidental” à Grécia, acreditamos naquela outra vertente que lança essas raízes para épocas anteriores. Isso porque, como veremos mais adiante, os grandes filósofos gregos, Platão em especial, beberam abundantes águas nos antigos ensinamentos dos mestres egípcios. Conforme indicam as informações expostas no longo documentário “O Olho de Hórus”, é no Egito antigo que encontramos as raízes culturais de nossa civilização (VEJA O LINK PARA “O OLHO DE HÓRUS AO FINAL DESTE ARTIGO). Segundo exposto no referido documentário, os sacerdotes egípcios daqueles antigos milênios (a partir de 10.000 a.C.) estabeleceram as bases de um vasto conhecimento, nas mais diversas áreas. No aspecto religioso, embora muitos afirmem o contrário, eram monoteístas – acreditavam num único Ser, Criador do Universo. A confusão se estabelece em decorrência do fato de que, para eles, este Ser Criador manifestava-se das mais diversas formas. Daí o equívoco de acreditar-se que adoravam inúmeros deuses.
E, no aspecto que mais nos interessa – Música e Religião -, há a quase unanimidade por parte dos estudiosos de que estas estavam intrinsecamente relacionadas.
Segundo as informações contidas em “O Olho de Hórus”, os sacerdotes egípcios acreditavam que o Universo foi criado a partir… DO SOM. Segundo eles, a construção do Universo material estabeleceu-se em 7 níveis, 7 áreas manifestadas pelo Supremo Criador que teria utilizado… 7 notas musicais. Portanto, para os egípcios, Música e Religião estão ligadas de forma absolutamente visceral. A Música desempenhava papel fundamental nos processos de ascensão espiritual dos Iniciados. Segundo “O Olho de Hórus”, os Iniciados deveriam galgar degraus evolutivos (a nível da Espiritualidade) usando como ferramenta fundamental o som, através dos inúmeros mantras, que eram utilizados em cada nível de crescimento. E, estes níveis eram sete – correspondendo às 7 notas musicais que utilizamos até os dias atuais. Como veremos mais adiante, Platão extraiu daí a Escala Diatônica, mais tarde estudada pelo matemático Pitágoras (que estabeleceu a correlação matemática entre as vibrações de cada uma das notas).
MESOPOTÂMIA
Como dissemos anteriormente, a partir de 10.000 a.C., muitas regiões acolheram povos que, embora ainda sem as guerras de conquistas, manifestaram desenvolvimento cultural semelhante. Não há que se comparar a cultura egípcia com a dos povos mesopotâmicos, é claro, pois estamos falando das questões ligadas, a princípio, à subsistência – agropecuária, irrigação do solo, etc. Decorre daí que cada povo trouxe, à sua época, sua contribuição para o “conjunto da obra”.
É indispensável destacar os povos mesopotâmicos. Estes, estabeleceram-se na região do Oriente Médio onde hoje temos o Iraque, entre os rios Tigre e Eufrates.
Assim, temos a princípio os Sumérios. Descendentes dos primeiros agrupamentos humanos da região, que datam de 8.000 a.C. os Sumérios construíram uma civilização bastante progressista. Cgama nossa atenção seus avançados conhecimentos nas áreas da Astronomia e Engenharia. No entanto, deve-se aos Sumérios as primeiras concepções, embora rudimentares, do 3o. Elemento Musical – a Harmonia. Registros arqueológicos, a partir da escrita cuneiforme, ressaltam, por exemplo, uma primeira “partitura a 3 vozes”. Os sumérios utilizavam em larga escala instrumentos musicais como as flautas e a lira, além, é claro, dos instrumentos percussivos. A Música era largamente utilizada na vida social – festividades, datas cívicas, etc. – mas, especialmente, nos cultos religiosos. Como os demais povos antigos, acreditavam em inúmeros deuses, cada um deles ligado às manifestações da Natureza, e para cada um deles eram destinados cultos e cerimônias.
Caldeus e Babilônios desenvolveram, cada povo à sua época, particularidades técnicas específicas mas, no geral, sua relação com a Música era bastante semelhante à estabelecida pelos sumérios. Os babilônios desenvolveram, em especial, a Engenharia e a Arquitetura. Eram famosos no mundo antigo os “Jardins Suspensos da Babilônia”, bem como os sistemas de irrigação, drenagem do solo e fornecimento de água à população por eles desenvolvidos.
Na Parte III desta Matéria, abordaremos a Grécia e suas relações com o Império Romano. DEIXE DE LER.
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PARTE I – MÚSICA e RELIGIÃO (Pré História)
FLAUTA DE 35.000 a.C. – Leia a Reportagem
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