VIOLÃO e MPB – UM CASAMENTO E TANTO! (por Sergio Sachi)

partitura5

 

 

O VIOLÃO e a MÚSICA POPULAR BRASILEIRA: um casamento muito bem sucedido.

          Responda rápido: é possível dissociar a MPB, ou a Música Brasileira em geral do violão?

     A resposta é óbvia: um sonoro NÃO.

     Mas… quais, afinal, são as razões que explicam e justificam este fato.  Neste artigo, vamos explicar o porquê deste fenômeno, ou expor pelo menos, algumas das razões principais que engendraram essa muito feliz associação.

     Na verdade, esse “namoro de almas gêmeas” tem raízes históricas, e vem de longa data. Diríamos até, que muito antes de o Brasil ter sido inventado, o violão já lançava suas raízes na cultura brasileira.

     Dizem os estudiosos que este conceito funcional, que levou ao violão dos nossos dias, tem suas raízes já na Antiguidade. Segundo eles, os antepassados do violão já desempenhavam papel importante naqueles tempos. Então Marco Polo – o viajante-mercador – já trouxera em suas inúmeras viagens, para a Europa, um instrumento musical de nome Kithar – uma caixa acústica sobre a qual vibravam cordas estendidas, confeccionadas com tripas de carneiro (pobres carneirinhos!). Esse instrumento era oriundo das Arábias (Oriente Médio), e despertava bastante atenção entre os europeus. Com a invasão dos mouros na Península Ibérica (séculos XII e XII), este instrumento, com diversas variações em sua confecção, passou a tornar-se mais popular entre os habitantes locais. Com as viagens e deslocamentos constantes dos mouros pela Europa (antecessores dos povos ciganos), o instrumento popularizou-se ainda  mais, já na França, Itália, favorecendo o papel dos trovadores  e menestréis, que compunham suas canções profanas apoiando-se na sua sonoridade. No século XIX o instrumento ganhou o formato em “8”, como é conhecido hoje. Esta providência ofereceu ganhos bastante significativos no que se refere à amplificação da sua sonoridade. Lembremo-nos que o Brasil, apesar da sua Independência, mantinha ainda fortes laços com Portugal.

     O que podemos deduzir dessa breve história? Simples: o violão sempre esteve vinculado às classes mais pobres – ciganos, trovadores, menestréis… E isso, pela sua praticidade. Além de tratar-se de um instrumento harmônico, com vastas possibilidades sonoras, é… “portátil”. Pode facilmente ser transportado. Bastante diferente, portanto, do piano. E no Brasil dos tempos da inauguração da República, e também do início do século XX, já estava nitidamente dividido em classes sociais – ricos e pobres. Assim, as moçoilas casadouras das elites estudavam piano, muitas vezes com professores importados da Europa. Por outro lado, os pobres, negros, mulatos, e  deserdados de toda a sorte, encontravam no violão um belo parceiro com quem podiam dividir suas mágoas e expressar suas idéias.

     Assim, podemos concluir que a vinculação do violão com a Música Brasileira tem razões intrinsecamente econômicas. Porém, não é só isso. Há um outro fato que explica as razões do casamento perfeito entre MPB e violão: sonoridade. A sonoridade do violão casa-se de forma impecável com as manifestações musicais do povo brasileiro. Seu som aveludado e doce oferece aos compositores brasileiros uma ampla gama de possibilidades. Não sem razão, nosso grande compositor Heitor Villa-Lobos dedicou muitas páginas de suas criações ao violão. São mundialmente conhecidos seus “Estudos”, suas “Suítes”, Concertos e peças avulsas, tendo o violão como protagonista principal. E tamanha é a importância da sua Obra, que Tom Jobim disse, certa vez, que “sem Villa-Lobos, não teria existido a Bossa Nova”.

     O Violão tem, portanto, tamanha importância para a nossa Música, que é conhecida, mundo afora, a marca “Violão Brasileiro”. Para ilustrar, você sabia que nossa Escola é uma das 4 principais do mundo? Para muitos estudiosos, temos, então, 4 grandes “Escolas do Violão” – Violão Clássico, Violão Jazzístico (EUA), Violão Flamenco (Andaluzia/Espanha) e… VIOLÃO BRASILEIRO.

ORGULHE-SE! Você está no BRASIL!

 

(AGUARDE NOVOS ARTIGOS QUE SERÃO PUBLICADOS NA CATEGORIA “VIOLÃO BRASILEIRO”).

 

PARA ILUSTRAR, ASSISTA AOS VÍDEOS (veja só o que elas e eles aprontam):

BADI ASSAD – “Ai que Saudade D´Ocê”

JOÃO BOSCO – “Bala com Bala”

EGBERTO GISMONTI – “Em Família” (10 Cordas)

BADEN POWELL – “Consolação/Canto de Ossanha”

ÂNGELA MUNER – “Chôros No.1” de Heitor Villa-Lobos

 

QUER GANHAR INTEIRAMENTE GRÁTIS O E-BOOK

“A CELA E O VÔO” COM TODAS ASLETRAS DAS CANÇÕES

DESTE ÚLTIMO ÁLBUM DE SERGIO SACHI?

rp_capa3Dcelavoo-300x281-1-300x281-1-300x281-1-300x281-1-300x281-1-300x281.jpg

É SÓ DEIXAR SEU NOME E ENDEREÇO DE E-MAIL

NO FORMULÁRIO, NO CANTO SUPERIOR DIREITO DESTA PÁGINA.

APROVEITE! VOCÊ VAI CURTIR MUITO.

 

 

 

 

 

 

 

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado.